Temas

Comunidade

Texto de Teresa Novais e Margarida Quintã

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Descrição

Antes da revolução de 1974, os espaços comunitários de livre associação de cidadãos eram considerados uma ameaça à hegemonia do Estado Novo. O governo controlava o crescimento de um sistema cooperativo que reportava a uma rígida hierarquia institucional, tais como as “Casas do Povo”, ou as “Casas dos Pescadores”, que tinham funções assistencialistas, educativas, culturais e desportivas, e que realizavam até obras locais. Estas coletividades eram atentamente vigiadas, e poderiam ser temporariamente suspensas ou mesmo extinguidas caso atentassem contra os interesses da ordem política e social. Os equipamentos públicos eram na sua maioria mono funcionais e classistas, fossem lavadouros públicos ou teatros municipais, e a sua concessão era entendida como uma benesse do estado e não como um direito pleno dos cidadãos. No pós-25 de Abril surgiram associações e espaços comunitários autogeridos, que funcionaram frequentemente como mediadores entre as populações e o poder político. Hoje, os espaços comunitários, nas suas diversas tipologias, são cada vez mais priorizados nas políticas públicas com o objetivo de promover o bem-estar social dos cidadãos. Contudo, são ainda indispensáveis as associações e instituições privadas de apoio a indivíduos e comunidades mais frágeis. Indispensável é também a construção de infraestruturas de salubridade, tais como lavadouros e balneários públicos, o que vem demonstrar que a revolução de Abril ainda não se cumpriu para todos.